Sinto muito, eu não tenho o que você procura...
*Por Sandra Loyola
Vivemos em um mundo onde as expectativas, tanto as que os outros projetam em nós quanto as que projetamos nos outros, têm um impacto significativo em nossa identidade e comportamento. Essa frase que utilizei no título, me auxilia muito quando percebo a possibilidade de estar me envolvendo demais nas questões dos outros ou o contrário também.
A análise corporal e a abordagem sistêmica oferecem uma compreensão profunda de como essas dinâmicas funcionam, revelando as necessidades dos perfis corporais e a busca inconsciente por validação parental. Este artigo mostra como essas expectativas moldam nossas vidas.
Expectativas são previsões sobre como algo deve acontecer ou como alguém deveria se comportar. Quando projetamos expectativas nos outros ou absorvemos as expectativas que projetam em nós, entramos em um ciclo de necessidade de validação e frustração que podem influenciar profundamente nossas ações e emoções.
A análise corporal, é uma ferramenta que mede a quantidade de cada traço presente no formato do corpo, os quais direcionam nossos comportamentos em resposta às experiências da infância. Cada perfil possui necessidades específicas e tende a reagir às expectativas de maneiras particulares:
Perfil Criativo:
Busca por segurança e validação de sua existência.
Pode se sentir pressionado e retraído, afastando-se das expectativas dos outros.
Perfil Comunicativo:
Busca por amor e cuidado.
Tende a se conformar com as expectativas dos outros para não desagradar
Perfil Líder:
Desejo de poder e controle.
Pode tentar manipular ou controlar as situações para atender às suas próprias expectativas.
Perfil Planejador:
Busca por aceitação e reconhecimento.
Tendencia a se submeter às expectativas alheias, muitas vezes sacrificando suas próprias necessidades.
Perfil Executor:
Busca por perfeição e reconhecimento de suas realizações.
Pode se esforçar excessivamente para cumprir as expectativas, levando a um perfeccionismo extremo.
**Atenção, esses exemplos são nos casos em que a pessoa está no modo sobrevivência (lado sombra).
A filosofia sistêmica, revela que muitas vezes buscamos nos outros as "moedas" que deveríamos ter recebido de nossos pais. Essas "moedas" são formas de validação, amor e aceitação na qual nossa criança sentiu que não foi recebida adequadamente e procuramos compensar nas relações.
Por exemplo, buscar no parceiro, amigas e líder a validação que faltou na infância. Isso pode criar relações disfuncionais de dependência emocional. Outro exemplo bem frequente que observo nos atendimentos é internalizar as expectativas dos pais e projetar em si, levando a uma imagem distorcida baseada em agradar os outros. A consequência negativa é a desconexão da própria essência.
E talvez você possa estar pensando: será que eu estou nessas dinâmicas? Como saber e resolver?
Autoconhecimento é poder.
É o poder de você se conhecer verdadeiramente.
É entender o porquê de alguns comportamentos, reconhecer e respeitar sua luz e sua sombra.
É se responsabilizar em suprir as suas próprias necessidades, ao invés de colocar essa responsabilidade no colo dos outros.
É saber qual é o seu lugar o mundo olhando para suas dinâmicas familiares, qual lugar você ocupava lá?
Compreender esses e outros pontos vai te ajudar ter mais consciência e, com isso, novos caminhos. Pois autenticidade é pertencer a si mesma.

Sobre a Autora:
Sandra Mara Loyola Schroeder, além da sua experiência pessoal, possui uma linda jornada profissional no desenvolvimento humano há 09 anos.
Criadora do Método Corpo Sistêmico, seu movimento é guiar mulheres a viver liberdade emocional com relações funcionais.
"Autenticidade é pertencer a si mesma "